Os
princípios da razão
A razão humana funciona baseada em três
princípios que permitem a formulação de pensamentos para compreensão da
realidade e para a comunicação.
·
Princípio de identidade.
·
Princípio de não contradição.
·
Princípio do terceiro excluído.
Quando
pensamos e traduzimos o nosso pensamento no discurso, procuramos faze-lo com coerência,
isto é, procuramos ser inteligíveis para nós próprios e para os outros. Mesmo
sem termos consciência, obedecemos a princípios lógicos que garantem essa
coerência.
Quando
pensamos e traduzimos o nosso pensamento em discurso (oral ou escrito),
utilizamos estes princípios, os quais determina todo o nosso exercício
racional.
Esses
princípios são: identidade, não-contradição, terceiro excluído.
Princípio
da identiddade
Princípio de identidade é a capacidade
que a alma humana possui de especificar, separar e enumerar os elementos de
realidade.
Por exemplo: matéria, luz, fogo, e etc.
Uma
proposição é equivalente a si mesma. Por exemplo, se dique que Elias vive em
Inhambane, então isso equivale a dizer Elias vive em Inhambane, ou seja, Se
Elias vive em Inhambane, então Elias vive em Inhambane.
Esta
formulação é relativa a proposições, pelo que se refere à dimensão lógica deste
princípio: se p, então p.
Há
também uma formulação ontológica, de acordo com a qual uma coisa é igual a si
mesma, ou uma coisa é o que é. Dizemos, por exemplo, a água é a água.
Princípio
da não-contradição
Princípio de não contradição é uma
regra que diz que um elemento identificado não pode ser o contrário de si
próprio, esse elemento jamais, em hipótese alguma poderá estar em contradição.
Por exemplo: matéria não pode ser
vácuo, luz não pode ser sombra.
É
possível aceitar uma proposição e, ao mesmo tempo, a sua negação. De acordo com
Aristóteles, no que se refere à dimensão lógica, dizemos que “é impossível que
a afirmação e a negação sejam verdadeiras no mesmo tempo”. Além disso, se uma
delas for verdadeira, a outra é necessariamente falsa. Se, por exemplo, é
verdade que Elias vive em Inhambane, então é falso que Elias não vive em
Inhambane.
Do
ponto ontológico, este princípio diz-nos que “é impossível que o mesmo atributo
pertença e não pertença ao mesmo tempo, ao mesmo tempo sujeito e segundo a
mesma relação”.
Princípio
do terceiro excluído
Princípio do terceiro excluído é uma
regra que afirma que um elemento identificado, só pode ser pensado como si
próprio e como seu inverso, excluindo qualquer outra possibilidade.
Por exemplo: matéria pode ser presença
de matéria ou ausência de matéria e não há outra opção além dessas duas, luz
pode ser luz ou escuridão (ausência de luz) e não há outra opção além destas
duas.
Na
sua vertente lógica, sendo dada uma proposição, temos de a afirmar ou de a
negar, não existindo uma terceira possibilidade. Sendo assim, uma proposição ou
é verdadeira ou é falsa, não havendo uma terceira possibilidade, ou seja, como
escreveu Aristóteles “não é possível que haja qualquer intermediário entre
enunciados contraditórios”.
Exemplo.:
ou as plantas são vegetais ou as plantas não são vegetais. Se a primeira proposição
for verdadeira, então a segunda é necessariamente falsa, não existe uma
terceira possibilidade: o terceiro é excluído.
Este
princípio só é válido em lógico bivalente, isto é, em liças que apenas admitem
o verdadeiro e falso como valores de verdade. As lógicas contemporâneas,
polivalentes, incluem outros valores (por exemplo, o provável).
Princípio
da razão suficiente
Qualquer
facto ou enunciado deve ter uma causa ou uma razão ou uma razão determinante
para existir em vez de não existir, para ser de determinada maneira e não de
outra. Como afirmou Leibniz, “nenhum facto poderia ser verdadeiro ou existente,
nenhuma enunciação verídica, sem que haja uma razão suficiente para que isso
assim seja e não de outro modo”.
Assim:
·
Para
cada entidade x, se x existir, então há uma explanação suficiente para x
existir.
·
Para
cada evento y, se y ocorrer, então há uma explanação suficiente para y ocorrer.
·
Para
cada proposição p, se p for verdadeira, então p há uma explanação suficiente
para p ser verdadeira.
Fontes deste estudo
No livro Organon, Aristóteles explica o
funcionamento da razão humana.
O estudo da razão humana faz parte do
estudo da alma humana, trata-se de uma das faculdades da alma humana, este
estudo começa em Etica a Nicômaco.
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