Texto dramático


Texto dramático


Texto em que se representam acontecimentos ou condutas humanas, vividos por personagens que o autor põe em diálogo e que desencadeiam uma integra. São exemplos: o autor, o drama, a tragédia, a comédia, a tragicomédia e a farsa.

Elementos


·         Didascálias (indicações que o autor dá sobre a movimentação, os gestos e as atitudes das personagens, o cenário, a iluminação, a música/ruídos, …);
·         Acção (o desenrolar dos acontecimentos, através do diálogo e da movimentação das personagens);
·         Espaço (local onde decorre a acção – no texto teatral, corresponde ao espaço de representação);
·         Tempo;
·         Personagens, que podem ser:
ü  quanto ao relevo: principais, secundárias ou figurantes;
ü  quanto à composição: modeladas (com densidade psicológica, podendo apresentar mudanças de carácter ou comportamento) ou planas (o seu carácter ou comportamento não muda). Há ainda as personagens-tipo (representantes de um grupo social), que normalmente são planas. A caracterização das personagens pode ser física, psicológica ou social.
·         Discurso dramático, constituído pelas falas das personagens, que são apresentadas essencialmente sob a forma de diálogo, mas também sob a forma de monologo ou aparte.

Estrutura


·         Estrutura externa, que compreende uma divisão em actos (grande divisão do texto dramático que decorre num mesmo espaço), cenas ou quadros (divisão do acto determinada pela entrada ou saída das personagens).
·         Estrutura interna, constituída por três fases: exposição (apresentação das personagens e dos antecedentes da acção), conflito (sucessão dos acontecimentos que constituem a acção teatral) e desfecho (conclusão).

O teatro tradicional africano


As primeiras manifestações de carácter teatral têm a sua origem no animismo e na magia, de início constituído pela imitação de gestos de animais, e de movimentos de determinado individuo, real ou imaginário, cujo espírito se pretendia captar, donde resultam os ritos, as cerimónias e os cultos. A própria necessidade de sobrevivência (como a alimentação) leva o ser humano a fazer imitações: uma das formas de representar. O homem imita por utilidade.
Com a descoberta do fogo, quando a horda se reúne, as sombras facilitam o mistério, o movimento das chamas convida o corpo a dançar. O homem serve-se, então, do corpo para comunicar com o grupo e viver emoções colectivas, e os seus movimentos criam a primeira linguagem.
Há que fazer referência à máscara: elemento importante do teatro primitivo que, para os povos africanos, significa a presença divina, o instrumento que domina o sobrenatural e os espíritos malignos. Também é usada como disfarce do caçador.
Podemos afirmar que o teatro sob a forma de imitação e mimetismo existiu sempre para todos os povos.
Estas formas reais do teatro, em África, vão evoluindo progressivamente, vindo, muito mais tarde, a fazer parte do teatro tradicional africano.
África conheceu e praticou o teatro desde as suas origens. Com efeito, a própria existência da comunidade rural tradicional se enraíza num conjunto de crenças manifestadas nos ritos (ritos da caça, ritos funerários, ritos sagrados, ritos agrários), cerimónias cíclicas, danças guerreiras, pantominas de amor. Além dessas manifestações solenes, a vida quotidiana suscita múltiplas possibilidades de dramatização, como acontece na declaração dum conto popular. Enfim, o teatro tradicional é essencialmente popular: os temas são baseados na vida quotidiana e as obras representadas requerem a participação efectiva dos espectadores.
Este teatro, em geral, tem um objectivo pedagógico: transmite mensagens educativas.

Carlos Vaz, Para um Conhecimento do Teatro Africano     

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